terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Ano de 2009: A Crise

Em 2009 o poder de compra vai aumentar, mas esta boa noticia está condicionada ao facto de o desemprego não disparar e se as micro e médias empresas sobreviverem com a ajuda da banca e do Estado.
Os juros, combustíveis e a inflação estão em forte queda, mas pelas piores razões a recessão mundial. Os orçamentos das famílias encontra-se mais aliviado, apesar de os rendimentos não aumentarem.
Este cenário da melhoria dos níveis de vida das famílias que o governo anunciou foi irreal e demasiado optimista. As empresas baseiam a sua gestão corrente no acesso ao crédito, que nos dias de hoje está muito dificultado. Sem crédito a sobrevivência das PME está em causa e as que conseguirem resistir, dificilmente, vão fazer investimentos produtivos e que gerem mais- valias.
As crises são cíclicas na Economia e com elas devemos apreender as razões que as originaram, para evitar no futuro cometer os mesmos erros. Embora pareça desadequada a afirmação, mas na verdade, em tempo de crise é fundamental aproveitar as oportunidades. Todos nós sabemos que existem problemas estruturais na economia portuguesa que urgem serem resolvidos: requalificar a mão -de -obra; empresas pouco especializadas e com pouco desenvolvimento tecnológico. Em 1994 Michael Porter (economista, professor da
Harvard Business School, autor de diversos livros na área de estratégias de competitividade) realizou um estudo onde mencionava os sectores onde Portugal se devia especializar e aproveitar as vantagens competitivas criando os chamados cluster (no mundo da indústria, é uma concentração de empresas relacionadas entre si, numa zona geográfica relativamente definida, que conformam um pólo produtivo especializado com vantagens competitivas). Desde de 1994 pouco se vez e inclusive algum dos sectores que foram considerados estratégicos, encontram-se com imensas dificuldades e as falência sucedem-se, como é o caso dos têxteis.
O actual governo deve tomar medidas de fundo e não correcções circunstâncias e pontuais. O país tem que deixar de produzir produtos de baixo valor, sem usar tecnologia massiva e sem aproveitar os recursos humanos.
O nosso governo tem que tomar medidas de apoio às famílias, porque não basta dizer que a situação vai melhorar, quando infelizmente nós sabemos que não. Se o desemprego aumentar para os níveis de 10% previstos pode ocorrer tensões sociais brutais . Para além de que com o desemprego as pessoas consomem menos e, como os países para onde Portugal exporta estão em crise, os fabricantes nacionais perdem quem lhes compre os produtos e as falências multiplicam-se e a consequências são por todos nós conhecidas.

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